O pão nosso de cada dia

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Final de semana!

No sábado ficamos por aqui, sem fazer nada! O dia estava bonito, com temperaturas altas. A preguiça tomou conta de nós. A Helena e o Dudu foram ao parquinho aqui do lado, brincaram um pouco e depois o Dudu passou o dia jogando futebol com seus novos amigos - é muito bonitinho vê-lo falar o nome dos meninos com sotaque inglês!!

Meus pais, minha irmã e meu cunhado Tony combinaram de vir almoçar aqui no domingo. Pesquisei algumas receitas para preparar para eles, com muito cuidado, já que o marido da Renata é vegetariano. Optei por fazer um delicioso purê de batatas - receita do Alex Atala, que encontrei online - pedaços de frango assado com alho (fica crocante, é uma delícia e todo mundo ama!), cogumelos refogados (misturados ao purê ficam bem gostosos) e berinjela a parmigiana - este último é uma unanimidade, inclusive entre os vegetarianos! Ah, em meio à minha busca do que cozinhar, encontrei um blog brasileiro com receitas originais e, aparentemente, saborosas (http://trivialounemtanto.blogspot.com/
search/label/Trivial%20Entradas)! Resolvi experimentar a geléia de tomates que eles ensinam, e adorei

As crianças estavam excitadas com a visita da família por vários motivos, entre eles o fato de que minha mãe estava trazendo uma televisão para nós, presente de meu querido irmão, Fernando. Não tínhamos certeza se o aparelho ia funcionar aqui (ele mora nos Estados Unidos), mas mesmo assim aguardávamos a TV com muita ansiedade.

No domingo acordei e fui ao mercadinho aqui do lado para comprar o que precisava para o almoço. Achei quase tudo, menos a berinjela, o que já me fez hiperventilar - aquele seria o prato principal do Tony! Eu precisava encontrar um lugar para compra-las, mas não havia tempo de ir até o supermercado no centro da cidade.

Voltei para casa e pedi a Helena que fosse até lá de bicicleta para comprar os legumes. Enquanto isso arrumei a casa e cozinhei o restante dos pratos. Minha filha me ligou para tirar algumas dúvidas sobre o que comprar enquanto estava na loja e parecia que tudo ia voltar para dentro do cronograma! Achei que minhas visitas iriam demorar a chegar como das outras vezes, mas claro que, como estava com tudo atrasado, eles chegaram cedo! Estavam já por aqui e nem sinal da Helena!

Cinco minutos depois de minha família entrar em casa, o telefone toca e o Dudu atende: era a Helena, avisando que tinha caído da bicicleta em frente à estação de trem! Ela estava bem, mas a bicicleta não funcionava. A Renata e o Dudu foram até lá para ajuda-la. Voltaram meia hora depois e pude constatar que minha filha não tinha sofrido nenhum arranhão - quer dizer, estava com o joelho levemente ralado e com dor nos músculos do braço por ter arrastado a bicicleta até em casa. Mas, graças a Deus, estava bem!

O Tony arrumou a bicicleta do Dudu, que voltou a funcionar e eu continuei na cozinha, já toda atrapalhada e sem saber que ordem dar ao preparo das receitas - eu ODEIO perder o controle quando recebo visitas e foi exatamente isso que aconteceu! De repente todos os pratos estavam prontos com exceção da berinjela a parmigiana que não tinha nem começado a fazer.

Todo mundo  comendo e o pobre do Tony teve que se contentar com pães, a geléia de tomate, purê de batatas e os cogumelos refogados. Ai que ódio! Eu até pensei em começar a preparar o outro prato mas ia ficar muito tarde.

Ah, sim, a TV: ela chegou em perfeito estado, mas não funcionou! Acontece que o cabo que a conecta ao receptor da TV a cabo é de outro formato. O Dudu conseguiu ligar o video game na TV e está feliz da vida. Falei com meu irmão nos USA e ele me aconselhou a ligar para a operadora da TV - Virgin media - e explicar que preciso de um cabo para uma televisão HDMI. Liguei meio descrente, mas o Fernando tinha razão: eles me disseram que não havia problema algum e que me mandariam o cabo adequado pelo correio. Eu ainda não estou acreditando! Assim que chegar aviso se conseguimos decifrar o problema!

Outra coisa que resolvemos: a Renata nos trouxe os ganchinhos que faltavam para a instalação das cortinas. O Tony, um fofo, instalou a cortina na sala e a Helena no quarto. Ficaram ótimas!

A Helena preparou seus famosos merengues de sobremesa e assim ficamos comendo, conversando e rindo até o final da tarde - menos o Dudu que já estava jogando bola. O dia estava lindíssimo, ensolarado e fazia muito calor (às 22h, 26ºC!!).

Por volta das 17h minha mãe sentiu que precisava voltar para casa - seus rins estavam começando a incomodar! Ficamos todos preocupadíssimos e eles partiram. À noite liguei para saber como ela estava e graças a Deus a dor tinha passado! Ela chegou na casa da Renata, deitou, dormiu por  diversas horas e acordou melhor!

Aqui em casa estávamos muito cansados e dormimos logo!

Hoje, segunda-feira, estamos suando com o calor inacreditável! Sol forte o dia todo!
Neste momento - 17h20 - o Dudu acaba de entrar em casa completamente molhado de suor depois de jogar futebol e a Helena está desenhando e ouvindo música.

É isso por hoje!

Cheers,
Cláudia




sexta-feira, 24 de junho de 2011

Meus pais, Hamleys, Banco...semana agitada!

Tivemos uma semana cheia de novidades!

A primeira delas já na segunda-feira: finalmente consegui abrir uma conta no banco! O grande drama até agora é que os documentos que comprovavam minha residência (contas de luz, água, gás, IPTU) vinham todos com meu nome grafado de maneira errada: Emma Oliveira, Anna Oliveira, Ana Oliveiza, e por aí vai...

Quando, depois de muitas correções, recebi uma correspondência da prefeitura, com meu nome completo, escrito por extenso e com todas as letrinhas no lugar, a coisa foi fácil. Fomos ao banco, onde a moça que nos atendeu - a Ravi - foi incrivelmente simpática e prestativa. Em uma hora saímos da agência com tudo resolvido. Três dias depois chegaram, pelo correio, meu cartão e a respectiva senha.

Na terça-feira meus pais aterrizaram em Londres. Chegaram cansados, claro, e ficaram na casa da Renata, o dia todo, relaxando e dormindo.

Combinamos de nos encontrar no centro de Londres, na quarta-feira. O Dudu ainda não conhecia a cidade e estava enlouquecido para visitar, entre outras coisas, a Hamleys, a grande loja de brinquedos inglesas - sete andares de encantamento. Não há como resistir! Lá, as crianças podem mexer em tudo, inclusive experimentar os brinquedos. Para completar, há funcionários espalhados por todos os andares, fazendo diversos tipos de demonstrações. Todos muito engraçados e comunicativos. O Eduardo e  a Helena não se continham de excitação - foi um sufoco faze-los dormir na véspera!

Assim, na quarta-feira, às 10 horas da manhã, saímos de casa e fomos, andando, até o banco para tirar dinheiro. Na volta, paramos em uma doceria onde as crianças compraram alguns donuts para comer na viagem. Pegamos o trem das 11h30 e seguimos para Londres - uma viagem de 30 minutos. Íamos encontrar meus pais e minha irmã na Hamleys.

Viajamos conversando e rindo muito!
Logo chegamos em Londres. Ainda pegamos o metrô para Piccadily Circus até chegar ao nosso ponto de encontro.




Neste meio tempo soube pela Renata que as coisas na casa dela ainda estavam muuiiito devagar - meus pais acordaram tarde, demoraram a se arrumar e mais um tanto até saírem de casa!


Assim que saímos da estação de metrô e subimos para a superfície da cidade, constatamos o inevitável em se tratando de Londres: chovia e ventava!! Paramos em uma lojinha para comprar guarda-chuvas: a Helena escolheu um de bolinhas rosas e o Dudu quis um com a bandeira do Reino Unido!



Antes de irmos para a loja de brinquedos - sabíamos que ainda havia tempo - fomos ao Costa Café para uma dose de cafeína. Saímos da chuva e nos abrigamos na loja quentinha, seca, perfumada com aquele aroma de bolos e café fresco.Uma delícia!

Ficamos por ali durante uns 20 minutos e saímos novamente para enfrentar o clima pouco receptivo com que a cidade nos esperava.

Chegamos na Hamleys dez minutos depois!

Cabe aqui observar que entrar naquela loja é como entrar num lugar mágico! Você está na rua, molhada e com frio, encolhida por conta do vento antipático e, quando pisa na Hamleys, um sorriso já surge no rosto - as cores, o barulho, as crianças correndo de um lado para outro, bonecos gigantes, decorações temáticas - se você já assistiu ou leu alguma história do Harry Potter, vai entender do que estou falando! A loja se parece com aqueles lugares encantados do filme onde tudo se mexe e as surpresas te aguardam em todos os cantos. A Helena, que já conhecia a Hamleys, pegou o Dudu pelo braço e saiu com ele pela loja. Os dois vasculharam cada um dos sete andares - sempre com olhos arregalados, falando sem parar, rindo, excitadíssimos! Confesso que meu estado não era muito diferente do deles. Eu amo aquele lugar! Os brinquedos são incríveis, tem sempre uma brincadeira acontecendo. Uma vez estive lá durante a semana de Halloween e como parte da decoração, uma múmia estava postada bem na entrada da loja, cercada de teias de aranha e sarcófagos. Eu vi aquilo, achei o máximo e fiquei parada admirando a decoração. Pois bem, acontece que a múmia era uma pessoa de verdade, que estava ali para assustar as pessoas com cara de tontas como eu! A tal múmia se mexeu de repente em minha direção, provocando um grito alto e apavorado em minha garganta! Claro que a loja toda ficou olhando para mim e rindo. É assim que as coisas acontecem na Hamleys.

Helena Aranha e Dudu de Ferro!
Estávamos lá já havia quase duas horas quando meus pais e minha irmã chegaram. Abraços, saudades, conversas! Minha mãe, já cansada de tantas andanças, sentou-se num cantinho enquanto a Renata saiu pelos andares com a Helena e o Dudu. Fazia mais de dois meses que não via meus pais e eu não queria larga-los tão cedo. Ficamos então conversando no meio daquela confusão.

Meia hora depois decidimos ir embora - Helena e Dudu cheios de presentes e muito felizes!
Fomos almoçar ali perto. A chuva já tinha parado e as temperaturas estavam subindo.

Depois do almoço ainda demos uma volta pelo centro de Londres - na realidade, uma boa caminhada. Passamos por lugares lindos, lojas incríveis, restaurantes charmosos. Fomos até uma doceria onde tomamos café, comemos deliciosos macarrons, brownies e cupcakes. O lugar era uma graça, todo colorido. Pena que não me lembro do nome, senão procuraria uma foto para ilustrar o post.

No final da tarde, nos despedimos e seguimos para casa. A volta foi rápida e confortável, graças a Deus. Aqui, as crianças brincaram com seus presentes até tarde da noite.

Na sexta-feira, por volta das onze horas da manhã meu celular toca: era minha mãe! "Vocês querem receber nossa visita aí hoje?" Claro que queremos!!

Por volta das 15 horas o casal Oliveira bate em nossa porta. Helena e Dudu já bastante ansiosos, esperando pelos avós. Eles ainda não conheciam minha casa. Chegaram, olharam e gostaram. Ainda bem! Engraçado como, mesmo (bem) depois de adultos, ainda buscamos a aprovação dos pais.

Almoçamos por aqui - massa com molho de carne ("rich meat sauce").Veja receita aí ao lado, Flavy! Se quiser mais detalhes é só avisar! Fica uma delícia - o que sobrou do almoço foi devorado no jantar!

Cheers,
Cláudia












segunda-feira, 20 de junho de 2011

Aniversário da Flavy!

Dia 17 de junho, sexta-feira, foi aniversário da Flavy! Parabéns para ela!
Vejam abaixo que lindo o bolo de aniversário dela - lindo e gostoso, pelo que soube.
Claro que eu não estava presente, mas recebi estas fotos por email e quis embelezar o blog com elas!

Adorei! Queria tanto saber fazer um igual!!



Léo, que estava querendo dar uma provadinha no bolo desde cedo!



Léo, que continua só tendo olhos para o bolo!




Com o que ele está se distraindo?
Finalmente, a mãozinha melecada de bolo!!




























Parabéns Flavy, tudo de bom na vida para você e que todos os seus sonhos se realizem!

Beijos, Cláudia, Helena e Dudu.

domingo, 19 de junho de 2011

O que temos feito

A vida por aqui segue tranquila, graças a Deus.
As crianças estão muito bem e aos poucos vão se adaptando. Eles não reclamam de nada, nem de ter que ajudar com as tarefas domésticas.
Quanto às saudades, eles dizem - quando perguntados apenas -  que sentem falta do pai, dos irmãos, da avó paterna e dos animais (três cachorros e uma gata que estão no Brasil, por enquanto). Só deles, de mais ninguém. ("da vovó e do vovô a gente não sente porque sabe que eles estão chegando!").

O Eduardo é o mais extrovertido, aquele que fala mais, brinca e que anda pela cidade toda - ele até já corrige os meus trajetos. A Helena olha tudo, comenta, fala pelos cotovelos mas ainda não fez amizades. Logo, logo ela se ajeita. O importante é que ela está feliz e fazendo planos.

Compramos um aspirador de pó e algumas cortinas. Estávamos ansiosas (o Dudu não estava nem ai) com a chegada de nossas novas aquisições - tudo chegou na sexta-feira! A Helena, percebendo a minha cara de pouco inteligente ao tentar montar o aparelho, fez o que já tinha feito no caso da bicicleta - juntou todas as peças e botou o aspirador para funcionar! Ela adorou e saiu sugando a sujeira de casa. Com relação às cortinas, decepção. Precisávamos ter comprado também uns ganchinhos para a instalação! Procuramos os benditos pela cidade mas não encontramos. A Renata vai compra-los lá em Londres e depois pegamos com ela. Enquanto isso a claridade continua implacável todas as manhãs.

Na sexta-feira fomos até o centro da cidade fazer umas compras - eu e a Helena caminhando, como sempre, e o Dudu disparando em sua bicicleta. Depois de uns 15 minutos sem ver o Dudu comecei a me preocupar - cadê ele? Será que ele caiu? Será que passamos por ele e, distraídas com nossa conversa, não o vimos? Espremi os olhos para enxergar lá longe, mas nada...nem sinal dele. Quando chegamos ao centrinho, vejo o Dudu encostado na frente de uma imobiliária, bicicleta ao lado, cara de tédio: "Mãe, que demora!!! Estou aqui há um tempão!!" É assim: ele sabe todos os caminhos e vai sozinho! Ainda bem!

Ficamos por ali passeando, visitando umas lojas e fazendo a parada obrigatória na loja de celulares. A Helena e o Dudu estão enlouquecidos de vontade de ter um celular! Como eu preciso ter conta em banco aqui para poder comprar uma linha, é só isso que eles estão esperando.

Na hora de voltar, estávamos - eu e a Lelê - bastante cansadas e não queríamos voltar andando. Mas, como voltar de ônibus se o Dudu estava de bicicleta? Podíamos entrar no ônibus com a bicicleta...O Eduardo, no entanto, não gostou da idéia, ele queria voltar pedalando, mesmo que fosse sozinho. Como, na prática, ele já vai sozinho, porque sua velocidade é maior do que a de nossos passos, concordei. Confesso que fiquei apreensiva. Para ficar um pouco mais segura, dei a ele meu celular.

O Dudu se despediu de nós duas e foi embora, sem nem olhar para trás. Eu e a Helena ficamos no ponto de ônibus, que por sinal, demorou a passar. No caminho procurei o Dudu por todos os lados, mas não o encontrei. Chegamos em casa e vi que ele não estava ali na frente - então não tinha chegado ainda, porque a chave da porta estava comigo.

Entramos em casa e fui direto ao telefone para ligar para o Eduardo. Nem tinha chegado perto do aparelho e escuto meu filho descendo as escadas: "Dudu, você já tinha chegado? Como entrou?" Resposta: "Ih, mãe, cheguei faz tempo. Deixei as portas do quintal destrancadas e entrei por lá. Por que vocês só chegaram agora? O ônibus quebrou?"


Hoje, domingo, voltamos ao parque e à piscina. O dia esteve lindo, ensolarado, com temperaturas batendo os 18°C! Um forno para os padrões ingleses. A Helena vestiu shorts e regata.

Combinei com o Dudu de encontrá-lo na frente da biblioteca. Lá disse a ele que entrasse numa rua a esquerda e ele me corrigiu: "se vamos ao parque, a rua é outra". Ele estava certo.

Chegamos na piscina, repleta de pranchas coloridas, brinquedos e bolas e os dois ficaram nadando por umas duas horas. Eu fiquei na arquibancada, lendo. Se quiser entrar com eles posso, mas ainda não me animei. Quando saímos as crianças pediram para almoçar no Subway (aqui também tem esta praga). Fomos, claro.

Voltamos para casa andando - hoje, domingo, os ônibus são escassos - e chegamos, como sempre, depois do Dudu.

Aqui, arrumamos a casa, as crianças estenderam as roupas no varal, recolheram e dobraram as roupas secas e depois guardaram em seus armários. Uns fofos, uns queridos.

Assim que terminaram suas tarefas, foram comprar chocolates (eles adoram os daqui!). Agora estão brincando no computador.

Um beijo a todos.

Cheers,
Cláudia









quinta-feira, 16 de junho de 2011

A Helena e o Merengue




Só para dizer que hoje a Helena nos brindou com uma deliciosa sobremesa: merengue de morangos!
Vejam que lindo que ficou! Nós adoramos e ela ficou muito orgulhosa!
A Helena já disse que vai preparar este doce para os avós na semana que vem, quando eles chegam por aqui!




















É só isso!

Cheers,
Cláudia






quarta-feira, 15 de junho de 2011

Prime Rib Angus

Hoje fomos até a loja que conserta computadores - The Computer Shop - para ver o que poderia ser feito para que o computador do Dudu voltasse a  funcionar. O problema, já sabíamos, estava entre o cabo e notebook - a bateria não recarregava e a conexão do cabo era muito delicada, qualquer movimento já desligava o computador. Assim, ou defeito estava na máquina (pé de pato, mangalô, três vezes) ou no fio (muito mais barato).

Enquanto eu me preparava para sair e dava uma arrumadinha na casa, o Eduardo me trouxe a correspondência: uma carta apenas, da companhia elétrica e de gás (é a mesma empresa provedora dos dois serviços). Abri a carta e tomei um susto! Em letras garrafais lia-se "última chance para pagamento de conta em atraso! Nós enviamos a você uma conta no valor de £87 que não foi paga."

Eu quase tive um chilique - quer dizer, quase não, eu TIVE um chilique  e na mesma hora liguei para a Southern Electric. Fui atendida rapidamente e já sai tagarelando: "recebi uma correspondência hoje, não sei do que se trata, nunca recebi conta alguma, vocês me disseram que minha primeira conta só chega depois de quatro meses, no campo dedicado ao destinatário da conta não consta meu nome, mas apenas "the occupier".

A atendente, muito gentil, pediu alguns dados meus e confirmou na hora que a conta não era mesmo minha e me aconselhou a  não me preocupar.  Nada de me deixar pendurada no telefone por 15 minutos, nem de me transferir para 20 mocorongas que nunca entendem (ou resolvem) nosso problema. A garota terminou perguntando se eu sabia o endereço do "landlord" - eu disse que não, mas que deixaria a tal carta na imobiliária ainda hoje. Ela agradeceu e desliguei. Alívio!

Fomos andando até o centrinho da cidade, eu e a Helena, e o Dudu disparou na frente de bicicleta. Aquela educação toda sobre a qual comentei alguns posts atrás - encostar no lado esquerdo da calçada para os transeuntes poderem caminhar em paz - precisa ser reforçada diariamente. O instinto do Eduardo é sair pedalando e fazer strike com quem tiver na frente. Claro que isso nunca aconteceu de fato, mas ele precisa ser constantemente lembrado das regras de etiqueta do ciclista amigo.

Nossa primeira parada foi a imobiliária. Deixei o documento de cobrança da companhia de energia elétrica com a Lisa que me explicou que o pobre do Paul ("landlord") acabou de comprar esta casa. Sou sua primeira inquilina. Esta conta provavelmente pertence aos antigos moradores. Não tenho nada com isso, ainda bem.

Depois disso fomos resolver o drama do computador do Dudu. Chegamos na loja sem maiores transtornos. O rapaz que trabalha lá se lembrou do dia em que levamos o computador da Helena e que recebemos o diagnóstico do falecimento da máquina. Esperávamos melhor sorte hoje. Em poucos minutos fomos informados de que o problema era o cabo - mal contato do fio com o notebook não permitia que a bateria recarregasse e provocava o desligamento do computador a todo instante. Preço da solução: 25 pounds!

Ufa!! O garoto, funcionário da loja, fez alguns testes e sempre pedia que a gente traduzisse as informações que apareciam no monitor - muito excitantes estes clientes do Brazil!! Onde quer que a gente vá, percebemos um frisson entre as pessoas.

Tudo resolvido, Dudu felicíssimo! Paramos para descansar no Café Rouge. Ficamos por lá uns 20 minutos. Quando estávamos nos preparando para voltar para casa, sugeri: "vamos fazer uma carne para o almoço?"

Não sou uma pessoa carnívora - beemm longe disso - mas desde que cheguei aqui, há dois meses, comi carne de carneiro e de frango algumas vezes, mas em raríssimas ocasiões comi carne de vaca. Hoje fiquei com vontade. As crianças concordaram e fomos ao Waitrose (o Pão de Açúcar daqui) para comprar. Comprei também um pacote de croissants franceses congelados para o café da manhã.

Pesquisei na geladeira do supermercado mas como não sei ainda o que significam os nomes dos cortes ingleses, achei melhor ir ao balcão do açougue, onde uma funcionária me atendeu e me recomendou a única carne que eu de fato conhecia - Prime Rib Angus (bem popular na Europa, pelo que entendi). Na plaquinha que identificava a peça ainda estava escrito "ótima para assar". Pronto, era isso o que eu queria. Eu já tinha experimentado esta carne na Argentina e em alguns restaurantes argentinos no Brasil e sabia que era deliciosa (e cara!). Escolhi um pedaço que me parecia grande o suficiente - 700 grs. A moça pesou e me deu o preço: £9, ou 25 reais. Sinto dizer, mas o Prime Rib Angus aqui é mais barato do que no Brasil - mais um mito que cai!

Voltamos para casa: eu e o Dudu de ônibus, a Helena de bicicleta.

No caminho de volta o Eduardo decretou: "estou MORRENDO de fome! Já comece a fazer o almoço assim que a gente chegar em casa, tá?" E assim foi feito, com a ajuda dele que, como já disse, adora cozinhar.

Ele preparou a salada - cortou as cebolinhas e o salsão - misturou as folhas e temperou. Nesta etapa do preparo ele esclareceu: "eu vou temperar do meu jeito, que é o jeito que o vovô me ensinou - pouco sal, uma gotinha de vinagre e pode exagerar no azeite". Realmente parece a receita do meu pai. Depois de pronto ele declarou que aquela era a segunda melhor salada do mundo, a primeira ainda era a do vovô, "foi com ele que eu aprendi a comer salada".

Assamos a carne por 20 minutos, depois de tempera-la apenas com sal e pimenta do reino. Pusemos, na mesma forma, alguns dentes de alho para assar também. Depois preparamos um risoto  de queijo e pronto! Comemos tudo e tenho que dizer que a carne estava uma delícia! Mal passada, saborosa, muito macia, um arraso! Nem eu acreditei que o Prime Rib fosse ficar tão delicioso - carnes nunca foram minha  especialidade. As crianças adoraram e comeram tudo - da próxima vez vou comprar um pedaço maior!

É isso!
Ah, antes de terminar, Helena e Dudu já se acham habilitados e autorizados a corrigir a minha pronúncia. Ontem eles foram comprar chocolates e perguntaram se eu tinha moedas. Respondi que tinha apenas um pound. Falei "pound" com aquele vício brasileiro de colocar um "i" no final das palavras, "poundi". Os dois, na mesma hora, se mostraram revoltados coma minha pronúncia e me repreenderam.

Um beijo a todos!

Cheers,
Cláudia