Ontem, segunda-feira, foi feriado por aqui: feriado de primavera! Esse é o nome.
Fiquei assim, sem fazer nada, por um tempão, até que resolvi levantar e começar a série de afazeres que precisa terminar antes das crianças chegaram.
Primeira coisa: supermercado! Esta é uma tarefa que cumpro dia sim, dia não. Como vou de ônibus , não dá para trazer muita coisa. Minha geladeira é daquelas pequenininhas de hotel, então também o espaço para guardar perecíveis é minúsculo. Ao lado da geladeirinha, tenho um congelador horizontal que ajuda, mas mesmo assim, mantenho a freqüência de visitas ao Tesco e ao Waitrose bem assíduas.
Peguei minha sacola do Tesco e fui embora. Lá comprei leite, biscoitos doces para o café da manhã deles, também pensei em fazer alguma coisa para o jantar, então comprei filés de peixe, batatas para um purê (comida que abraça a alma da gente) e espinafre para a salada. Pus na sacola abacate (adoro), iogurte (os daqui são maravilhosos), suco, açúcar e doispacotes de pão francês congelados. Pronto, a sacola já estava cheia e pesadíssima. Pensei até que ia arrebentar!
Enquanto trocávamos estas mensagens serenas, liguei para a companhia de táxi que iria esperá-los no aeroporto. Perguntei se tinham notícias do motorista e se o vôo já tinha chegado – o senhor me informou que eles já estavam a caminho de minha casa! Ai que alívio, que boa notícia. Avisei minha mãe, que, assim como eu, ficou mais tranqüila.
Lá fora fazia bastante frio, mas a alegria era total e a gente nem se importou. O Dudu encontrava-se num altíssimo grau de excitação.
Saímos do restaurante e as crianças queriam andar. No entanto, a garoa estava forte e o vento gelado.
Mesmo assim, eles insistiram e fomos andando até um ponto de ônibus. Eles conversaram, observaram, perguntaram, os dois animadíssimos.
Helena e Dudu se despediram do pai, que foi para a Londres, mas ficou de telefonar na sexta-feira para combinar algum programa com eles. No sábado ele volta para o Brasil.
A Helena começou a desfazer suas malas e o Dudu encheu a banheira e ali permaneceu submerso por quase vinte minutos. Em seguida foi a vez da Lelê .
É isso! Eu não poderia estar mais feliz - só estaria se o Pedro também estivesse aqui, mas eu ainda chego lá! Com a ajuda de Deus e de minha família estamos nos estabelecendo por aqui! Muito obrigada!
Wanda querida, ainda não tenho telefone então não vou conseguir falar com você. Mesmo assim, parabéns, felicidades e obrigadíssima pela força!
Um beijão a todos e aguardem notícias dos dois curumins em terras européias.
Ontem também foi o dia em que meus filhos lindos e adorados chegaram.
Às quatro horas da manhã acordei, tamanha minha ansiedade, e não dormi mais. Quatro horas da manhã em Hertford , meia-noite no Brasil, hora em que eles estavam embarcando, o que significava que eu tinha ainda umas boas 13 horas para esperar até que visse a Helena e o Dudu entrando em casa.
Levantei-me, fiz café e voltei para a cama para ler. Claro que não conseguia me concentrar. Achei melhor então ficar navegando na web – meu cérebro só suportava atividades que não demandassem muita atenção, assim, a velocidade e ritmo da internet eram perfeitos - olha a página, clica, vai para outra e depois outra, tudo em questão de segundos. Excelente para cérebros e almas DDAs!
Fiquei assim, sem fazer nada, por um tempão, até que resolvi levantar e começar a série de afazeres que precisa terminar antes das crianças chegaram.
Primeira coisa: supermercado! Esta é uma tarefa que cumpro dia sim, dia não. Como vou de ônibus , não dá para trazer muita coisa. Minha geladeira é daquelas pequenininhas de hotel, então também o espaço para guardar perecíveis é minúsculo. Ao lado da geladeirinha, tenho um congelador horizontal que ajuda, mas mesmo assim, mantenho a freqüência de visitas ao Tesco e ao Waitrose bem assíduas.
Peguei minha sacola do Tesco e fui embora. Lá comprei leite, biscoitos doces para o café da manhã deles, também pensei em fazer alguma coisa para o jantar, então comprei filés de peixe, batatas para um purê (comida que abraça a alma da gente) e espinafre para a salada. Pus na sacola abacate (adoro), iogurte (os daqui são maravilhosos), suco, açúcar e doispacotes de pão francês congelados. Pronto, a sacola já estava cheia e pesadíssima. Pensei até que ia arrebentar!
Sai do Tesco, atravessei a rua e fui a uma loja de departamentos – Matalan – para comprar travesseiros. No domingo eu tinha ido ao TKMaxx em busca deles, mas achei tudo caro. Vi no site da Matalan que eles fariam uma liquidação no feriado e os travesseiros sairiam pela metade do preço. A palavra "liquidação" tem um poder inebriante sobre mim, não consigo lutar contra! Assim, fui para lá.
A loja estava cheia, mas achei os travesseiros - comprei quatro!
Agora o drama – como levar tudo aquilo para casa? De ônibus seria impossível e resolvi voltar de táxi. Em Hertford você não consegue achar um táxi na rua, eles ficam todos parados em algum ponto e só atendem reservas ou pedidos por telefone. Liguei para o ponto, mas eles só teriam um carro em 30 minutos. Concordei e fiquei esperando na Matalan. Em quinze minutos o táxi chegou e me levou embora. O que era para ser uma corrida barata – cinco pounds – acabou se tornando mais cara em virtude da “bandeira dois”, também existente por aqui. Ontem era feriado e as tarifas estavam mais caras.
Agora o drama – como levar tudo aquilo para casa? De ônibus seria impossível e resolvi voltar de táxi. Em Hertford você não consegue achar um táxi na rua, eles ficam todos parados em algum ponto e só atendem reservas ou pedidos por telefone. Liguei para o ponto, mas eles só teriam um carro em 30 minutos. Concordei e fiquei esperando na Matalan. Em quinze minutos o táxi chegou e me levou embora. O que era para ser uma corrida barata – cinco pounds – acabou se tornando mais cara em virtude da “bandeira dois”, também existente por aqui. Ontem era feriado e as tarifas estavam mais caras.
Em casa, comecei a arrumação: varre, guarda, arruma as camas, monta o edredom da Helena, varre de novo, guarda a louça seca, recolhe (mais) lixo, tira a roupa do varal, dobra, coloca no armário. Às duas e meia já tinha acabado. O vôo deles deveria pousar às 15h.
Meu próximo projeto: montar uma trave de gol que comprei para o Eduardo. As partes do brinquedo estavam em uma caixa, esperando para serem conectadas. Junto, uma bola de futebol murcha e uma bombinha para enchê-la. Gastei uns 40 minutos na empreitada – quando encaixava uma parte da trave, outra se soltava e o gol não parava em pé. Por fim, montei aquele “esqueleto” e levei-o para o quintal. Fixei a trave no chão com os ganchos e pronto! Só faltavam agora a bola e um menino para chutá-la. Não pude resolver tudo porque a bomba de encher veio com defeito – falta aquela agulha na ponta que leva o ar para o interior da bola.
Olho no relógio, 15h30. Não me agüentei mais e liguei o computador – eu precisava me distrair! Percebi que já estava online porque uma mensagem do skype de minha mãe pulou na tela: “e as crianças, como estão?”. Expliquei que não haviam chegado ainda e ela também já entra no modo ‘surtada’: “como assim, não chegaram? A que horas era o vôo? Mas já chegaram no aeroporto? Manda um torpedo para o pai deles. Me avise assim que souber de alguma coisa”.
Enquanto trocávamos estas mensagens serenas, liguei para a companhia de táxi que iria esperá-los no aeroporto. Perguntei se tinham notícias do motorista e se o vôo já tinha chegado – o senhor me informou que eles já estavam a caminho de minha casa! Ai que alívio, que boa notícia. Avisei minha mãe, que, assim como eu, ficou mais tranqüila.
Voltei para a sala, sentei nos degraus da escada e me entretive com um joguinho no celular. Perdi todas as partidas, tamanho meu grau de (nenhuma) concentração.
O dia, que tinha começado ensolarado, agora estava cinzento, frio e uma fina garoa cobria as ruas e os gramados.
Depois de um tempo escuto um carro parando aqui na frente. Vou até a janela e vejo a Helena e o Dudu! Abro a porta e eles vêm correndo me abraçar! Que saudade que eu senti nestes 45 dias! Abraços, abraços, beijos, apertões, mais abraços, crianças quase sufocando...
Eles foram entrando e entupindo a casa com malas, bolsas e malões.
O Dudu já foi logo avisando: “tô MORRENDO de fome!”. Neste momento me dei conta que eu também estava em jejum e, condicionada, passei a me sentir faminta também. O táxi que os trouxera ainda estava na porta, descarregando as tralhas. Perguntei se eles queriam comer em casa ou se preferiam sair. Escolheram a segunda opção e aproveitamos o mesmo motorista para nos levar a um restaurante italiano que fica no centro da cidade, a exatos cinco minutos de minha casa.
O Dudu já foi logo avisando: “tô MORRENDO de fome!”. Neste momento me dei conta que eu também estava em jejum e, condicionada, passei a me sentir faminta também. O táxi que os trouxera ainda estava na porta, descarregando as tralhas. Perguntei se eles queriam comer em casa ou se preferiam sair. Escolheram a segunda opção e aproveitamos o mesmo motorista para nos levar a um restaurante italiano que fica no centro da cidade, a exatos cinco minutos de minha casa.
Lá fora fazia bastante frio, mas a alegria era total e a gente nem se importou. O Dudu encontrava-se num altíssimo grau de excitação.
Pedimos algumas entradas – o Eduardo comeu a dele, pão de alho com queijo, e parte da minha, camarões apimentados com pão de alecrim.
Os pratos principais vieram e mais uma vez ele comeu tudo – risoto com frutos do mar. A Helena, sendo a Helena, comeu bem menos.
Eduardo distribuía “yes” e “thank you” para todo mundo!
Para a sobremesa os dois dividiram carolinas com recheio de sorvete de creme e calda de chocolate quente. Comeram tudo e o Eduardo queria pedir outra. Não concordei e pedi um café para encerrar a refeição. O cafezinho veio “curto”, forte, gostoso. Tomei um golinho e o Dudu pediu para tomar também. Dei minha xícara para ele que, em seguida, comentou: “que delícia o café daqui!”. Tomou tudo.
Saímos do restaurante e as crianças queriam andar. No entanto, a garoa estava forte e o vento gelado.
Mesmo assim, eles insistiram e fomos andando até um ponto de ônibus. Eles conversaram, observaram, perguntaram, os dois animadíssimos.
Chegamos no ponto de ônibus e vi que o coletivo só chegaria em dez minutos. Ficamos ali, protegidos da garoa, menos o Eduardo, que andava para lá e para cá, sem casaco: “não sinto frio”.
Ao lado deste ponto de ônibus há um canal bem bonito, onde passam barcos por um caminho coberto pelas copas das árvores. De repente, dois patos saem do canal e vêm até o ponto de ônibus: patos fofos, rebolativos e barulhentos. Helena e Dudu enlouquecem com os bichinhos. Aí ninguém mais segurava o Dudu. Ele ia atrás dos patos, andava na chuva, ria, sumia e depois voltava. A pobre da Helena, de lábios roxos, tremia em baixo da cobertura de plástico do ponto.
O ônibus chegou e nos trouxe até em casa. Aqui, o Eduardo comunica: “vou sair para conhecer o bairro. Quero fazer amigos.” Exliquei que,apesar de o dia estar claro, já eram mais de sete horas da noite e chovia. Não haveria nenhum “amigo” na rua para ele conhecer.
Helena e Dudu se despediram do pai, que foi para a Londres, mas ficou de telefonar na sexta-feira para combinar algum programa com eles. No sábado ele volta para o Brasil.
A Helena começou a desfazer suas malas e o Dudu encheu a banheira e ali permaneceu submerso por quase vinte minutos. Em seguida foi a vez da Lelê .
Limpos e agasalhados, atacaram os biscoitos e um copo de leite cada um.
Às dez horas fomos para a cama. Li algumas histórias de um livro de contos que a Helena trouxe. A Renata ligou, falou com o Dudu, mas não com a Helena que já estava dormindo. O Eduardo ainda tinha energia e ficou conversando comigo até a meia-noite.
Agora são 8:40 da manhã e o dia está lindo, céu azul e sol brilhando. Quando eles acordarem vamos explorar a cidade. Segundo o Eduardo nos avisou ontem: “amanhã nós vamos passar o dia todo fora de casa, mãe”
É isso! Eu não poderia estar mais feliz - só estaria se o Pedro também estivesse aqui, mas eu ainda chego lá! Com a ajuda de Deus e de minha família estamos nos estabelecendo por aqui! Muito obrigada!
Wanda querida, ainda não tenho telefone então não vou conseguir falar com você. Mesmo assim, parabéns, felicidades e obrigadíssima pela força!
Um beijão a todos e aguardem notícias dos dois curumins em terras européias.