No sábado a Inglaterra acordou "de ressaca"!
Depois das comemorações de ontem, parece que todo mundo resolveu ficar em casa o dia inteiro, descansando. Pela manhã as ruas estavam silenciosas, poucos carros passavam e o sol apareceu trazendo um calorzinho preguiçoso...
Acordei às 9h, encontrei o Tony na sala, trabalhando no computador. A Renata despertou 15 minutos depois. Ficamos os três por aqui, depois fomos até o quintal tomar café no sol.
Passei a manhã procurando casas e enviando CVs. Falei com dois corretores, que tinham duas casas para me mostrar. Eles me mandaram fotos das propriedades, mas não gostei de nenhuma - todas mal conservadas por dentro. Os corretores me disseram que vão continuar procurando. Preciso achar uma casa logo...
Por volta das 15h a Renata e o Tony sugeriram que a gente saísse para comer alguma coisa. A idéia deles era que eu experimentasse "a melhor pizza de Londres" - um pequeno restaurante aberto há dois anos por um italiano e sua família, num bairro popular. Os dois fizeram tanta propaganda que concordei em ir.
Saimos mas, antes de ir para a pizzaria, que aliás, se chama Franco Manca, fomos caminhando até uma loja de tecidos aqui perto. O Tony está envolvido em alguma invenção que ainda não entendi direito e precisava passar na tal loja. Andamos uns vinte minutos até chegar lá.
Antes de seguir, preciso dizer que meus pés têm sofrido muito aqui em Londres! Tenho submetido meus pobres pezinhos a uma rotina muito diferente daquela a que estão acostumados. Sempre tive carro em São Paulo, nunca precisei andar - meu maior percurso era andar do cinema do shopping até o estacionamento - trajeto curto, velocidade lenta (íssima) e chão liso. Assim, meus pés têm a pele fina e qualquer coisa os machuca. Claro que quando ando por aqui, só calço sapatilhas e chinelinhos - tudo que sempre usei no Brasil e que só me traziam conforto. Pois bem, os mesmos sapatinhos aqui têm se provado verdadeiras torturas chinesas. Não sei mais o que fazer. Meus pés estão sempre doloridos e com bolhas. Tênis são um opção, mas como está calor e quase sempre opto por vestidos, acabo calçando sapatos mais delicados. Minha irmã disse que com o tempo o pé acostuma (significa que os pés engrossam!). Vamos ver...
Pois bem, depois de 20 minutos de caminhada, meus pés já estavam reclamando muito!! Fomos até a loja de tecidos, o Tony comprou o que precisava e pegamos um ônibus para Brixton, onde fica a pizzaria Franco Manca.
Entrei no ônibus e dei três libras ao motorista para pagar minha passagem, que custa 2 libras e 20 centavos. Fiquei esperando o troco de 80 centavos, mas o motorista nem tocou nas minhas moedas. Ele me olhou, muito mal humorado e me disse que não tinha troco - 80 centavos!! Eu sugeri que ele ficasse com as moedas e que me desse o troco depois, já que o caminho até Brixton é longo. Ele respondeu que não e que eu deveria sair do ônibus e trocar o dinheiro. Claro que não arredei pé dali - nem morta que eu ia perder aquele ônibus. Meus pés clamavam por um descanso! A Renata veio em meu socorro e me deu 20 centavos para pagar o bilhete. Diferente do Brasil, né?
Finalmente chegamos em Brixton, descemos do ônibus e caminhamos até a Franco Manca. O lugar fica dentro de uma galeria popular, perto de uma peixaria (o cheiro às vezes "invade" a pizza) e um restaurante brasileiro, o "Feijão do Luís". É um lugar simples mas bem charmoso. Os garçons são italianos e falam inglês com sotaque. O cardápio é enxuto, apenas seis diferentes tipos de pizza. O dono,um napolitano, não admite recheios extravagantes - concordo plenamente com ele! Vejam o cardápio no final do post.
Pedimos três pizzas - elas são individuais, claro - e uma garrafa de vinho. Como boa paulistana, não estava botando muita fé nesta história de "a melhor pizza de Londres" - quer dizer, poderia até ser a melhor daqui, mas o que isso realmente garante? Pizza boa é a pizza da Esperança, em São Paulo.
As pizzas chegaram e pela aparência fiquei otimista (olha a foto aí do lado)! A massa era muito boa, finíssima e delicada! Fácil de digerir. A muzzarela, excelente e na medida certa, sem exageros. O molho de tomate, abundante. Uma delícia! Comparável à da Esperança sim! Fiquei bem contente!
Eu comi quase tudo, menos um pedaço e as "bordas". O Tony comeu a dele e depois atacou a minha. Ele comia e gemia! Meu cunhado estava feliz, muito feliz! Ele regava as bordas da pizza com um azeite misturado com alho e comia e se regalava!
Terminado o almoço, voltamos para casa. Chegamos aqui por volta das 19h.
Agora são 21h50. A Renata e o Tony estão vendo um seriado policial francês na TV e eu estou escrevendo este post.
E assim passamos o sábado!
Cheers,
Cláudia